Um ato de Coragem - Você já foi manipulado hoje?
A manipulação do bem e mal através da ótica midiática racista, que destrói a imagem do negro criando arquétipos de vilania através das narrativas sustentadas pelo lugar comum. Você já viu esse filme antes, mas ele sempre engana o seu olhar se você não estiver atento.
Um ato de Coragem com Denzel Washington é um filme de 2002, onde ele interpreta Jon Quincy Archbald, um pai desesperado por uma operação de coração para o filho que está doente. Quando o filme foi lançado surgiram rumores de que seu conceito era baseado em uma história real, mas isto é apenas um boato.
A história básica do filme é a seguinte: o filho de Jon vai parar no hospital por precisar de um transplante de coração, mesmo com o seguro saúde e o plano de saúde, a família de Jon precisaria desembolsar a quantia de 250 mil dólares para realizar a operação. Ainda que penhorasse a casa e juntasse todas as economias, Jon jamais conseguiria o dinheiro a tempo.
Desesperado, Jon invade a ala operatória do hospital e faz os médicos de reféns, para que eles realizem a operação. Considerado uma crítica severa ao sistema de saúde norte-americano, ele mostra os detalhes do interesse por vidas e o foco em lucro, mesmo quando tratamos de um bem comum como a saúde.
Com seus erros e acertos, a imagem de Jon Q é construída ao longo do filme como um herói-bandido, pai de família e revoltado, monstro ou salvador. A mídia se aproveita de todas as imagens que pode, como churrascos em família para criar a imagem do bom americano que só quer salvar o filho.
Mas, durante uma reviravolta na trama, Jon passa a ser tratado como vião, sua imagem vai sendo desconstruída, as fotos nos jornais ganham barba, camisa amassada ou bebidas em festas com confusões familiares.
Quem vocês acham que está na base da pirâmide dos pobres e excluídos socialmente na comunidade norte-americana? E quem mais sofre com a precariedade de um sistema de saúde baseado em boletos e cartão de crédito?
Fica, então a reflexão – como a identidade negra pode ser construída ou reconstruída, a partir do momento em que o quarto poder, a mídia, não está nas mãos do povo negro, mas de uma classe elitistas, racista e separatista que parece ter aprece em ver o bom bandido – que PRECISA ser morto ao fim da história?
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