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A moda Hip Hop nos anos 70 em The Get Down



The Get Down foi uma das coisas mais fantĂĄsticas que assisti este ano.  Ela conta a histĂłria de como, Ă  beira das ruĂ­nas e da falĂȘncia, a grande metrĂłpole deu origem a um novo movimento musical no Bronx, o movimento Hip Hop. A sĂ©rie tem romance, drama e fala de polĂ­tica atravĂ©s do protagonista Ezequiel, que recebe o nome de Books quando se torna um MC.

Ele tem uma vida corriqueira em condiçÔes nada favorĂĄveis, seus pais morreram violentamente e agora mora com a tia e seu namorado. Ambos mal conseguem se sustentar.  Estuda em um colĂ©gio precĂĄrio, se apaixona por uma cantora da igreja evangĂ©lica e no seu meio social qualquer sugestĂŁo de evolução profissional Ă© atacada como um devaneio, uma realidade nunca alcançada por negros daquele bairro pobre.  SĂł que essa geração nĂŁo se bastava, era revolucionĂĄria e começou a afiar suas melhores armas da arte: a mĂșsica, o grafite, a dança e a moda

O original da Netflix foi dirigido pelo Baz Luhrmann, que tem muita experiĂȘncia com filmes musicais, recebendo atĂ© indicaçÔes ao Oscar por Moulin Rouge e o figurino ficou com a designer Catherine Martin que tem o Oscar pelo trabalho em Moulin Rouge. Para 



A designer afirmou em entrevista a sites americanos que construiu um guarda-roupas para cada personagem do The get Down Brothers. Vamos mostrar alguns pontos marcantes sobre esse trabalho e a realidade dos garotos.

Hip Hop é autenticidade e identificação


Se vocĂȘ jĂĄ terminou todos os episĂłdios sabe que isso Ă© quase que uma lei, principalmente para os DJs. Copiar e reproduzir algo que nĂŁo Ă© seu era um atestado de morte social (talvez atĂ© pior). No grafite nĂŁo era diferente, se vocĂȘ criasse um estilo prĂłprio poderia ser reconhecido e se tornar atĂ© uma lenda como Shaolin Fantastic ou Rumi. 

Isso tem a ver com as suas prĂłprias cores, formas e motivos para se identificar com o grupo ou gangue que participavam.   "Por um lado, a juventude precisava se separar do mundo dos adultos, mas tambĂ©m se identificar com um grupo e muitas vezes esse grupo estĂĄ ligado a uma escolha musical."  - Catherine em entrevista ao Telegraph. 



Isso implicava em acessĂłrios como bandanas, bonĂ©s e jaquetas com cores ou sĂ­mbolos do seu grupo, era muito evidente olhar para os "Guerreiros sangrentos" ou o "Notorious 3" 


O segredo era customizar as roupas


Hoje pode parecer algo moderninho e cult fazer customização de roupas. Na Ă©poca era a Ășnica opção para a maioria esmagadora.  De volta estamos falando do Bronx um bairro que parecia uma zona de guerra, os garotos grafitavam paredes semi-destruĂ­das e Trens enferrujados.  Ter roupas novas era um sonho e poderia tornar vocĂȘ uma lenda, como os Pumas vermelhos do Shaolin . 

A estilista teve acesso a 10 anos de pesquisas e fotos com grafiteiros e Djs, incluindo o Grandmaster Flash para entender o que eles vestiam e como compunham tudo, corte de jeans rasgados e coisas do tipo. Em parceria com a Puma conseguiram trazer calçados com modelos originais da Ă©poca.  AlĂ©m da Puma a Converse e Pro keds faziam parte do panteĂŁo dos calçados. Em entrevista a Vogue ela afirma que a cultura do Sneakers veio exatamente dessa Ă©poca, esse tipo de tĂȘnis se tornou essencialmente uma caracterĂ­stica dos jovens. 


JĂĄ quem nĂŁo dispunha das marcas mais desejadas usava alguns artifĂ­cios para expressar seu estilo. O primeiro e mais importante deles era realmente a customização das jaquetas e das calças, mas nĂŁo apenas das peças... porĂ©m do conjunto. Meias altas com cores davam vida a looks com bermudas e camisetas para aguentar o calor.  Camisetas Polo listradas ou lisas se misturavam com peças de motivos africanos e cintos.  Para a noite algumas jaquetas de couro entravam em jogo, mas um detalhe nĂŁo podia escapar, o movimento. Afinal o que os blacks querem Ă© dançar, e a mobilidade nĂŁo podia desaparecer com o visual. 

Todos viviam em uma realidade aonde abriam o guarda roupas e diziam "beleza Ă© isso que eu tenho, como vou conseguir ser autĂȘntico com essas peças", toda atmosfera criativa que estava sendo criada no momento estava trabalhando para consolidar essa cultura que se tornou uma das mais significativas do mundo moderno. 

Nada de vintage, Ă© fresh

Engana-se quem acha que as roupas eram vintage, por mais que as condiçÔes nĂŁo permitiam o importante Ă© estar no estilo, fresh como diziam. Parecendo novo para chamar a atenção. Para isso valia atĂ© manter a etiqueta nas roupas, pasta de dente para limpar o calçado, dar um trato no couro e o que mais estivesse ao alcance. 

Um dos visuais que mais gosto do time The Get Down Brothers Ă© o do Rumi, interpretado pelo Jaden Smith - que participou da escolha do seu figurino e usa uma jaqueta estilizada por um grafiteiro que ajudou na pesquisa visual.  Acho que ele consegue expressar a personalidade do personagem que Ă© mais sensĂ­vel a essa arte visual e tem um esforço maior de expressĂŁo pela roupa.  Tem muito mais coisas para falar desse seriado e garanto que volto a escrever um artigo sobre o visual Disco que tambĂ©m Ă© um sucesso. 

Se quiser embarcar mais nesse assunto jĂĄ adianto um mega post sobre o estilo Funky aqui. Fiquem com mais looks do The Get Down Brothers








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