O rock é música para o negro?
Recentemente Seu Jorge deu uma entrevista que está rendendo uma boa discussão nas redes. Tudo por conta do trecho a seguir:
"Pô, eu sou brasileiro, nasci no Rio. Sou do subúrbio. O rock não chegou. O rock não é um gênero pro negro, apesar de Jimi Hendrix. Suspeito até que o reggae o negrão aqui não gosta. Quem gosta de reggae mesmo é a galera do surfe, o pessoal da Guarda do Embaú, eles gostam. A negrada na favela não escuta o reggae music. Talvez porque a imagem do reggae ou do Bob Marley ou do dread esteja associada à maconha, que associa à polícia, que associa à repressão, que associa a um monte de coisas. Me lembro de não ter ouvido rock’n’roll".
E então? O Rock é para negros?
Vejam bem, lendo a entrevista completa é nítida a intenção de Seu Jorge, falar sobre o seu contexto e sobre como o Rock não atingia a massa dentro da comunidade. Até hoje é assim, o funk o samba e o rap são os ritmos nativos das comunidades negras. Em outros estados pode ser também o Axé e há um bom tempo o que vemos no rock é uma distância dos negros que foram precursores do gênero.
Aliás a industria musical lançou cantores como Elvis, exatamente para dar uma "alternativa branca" a esse estilo na época que estava começando a estourar.
Porém isso não significa e, Seu Jorge também não ousou dizer, que negros não devem escutar Rock. A música não tem fronteiras, muita coisa bacana pode surgir do encontro de coisas que parecem opostas. Nos EUA, os negros começaram a desenvolver estilos como o R&B Urbano como alternativa, hoje ele é bem próximo ao pop, com batidas da música eletrônica Européia e em muitos casos ainda com pegada de rock. Particularmente gosto muito de um som aonde o Rock e o Rap se encontram de forma majestosa.